quarta-feira, 28 de abril de 2010

Bach, profeta...


Dizer que J. S. Bach é um dos mais importantes compositores da história da música é como afirmar que arroz e feijão é a base da alimentação brasileira. É óbvio.
Também é sabido que grande parte da obra de Bach é de caráter sacro.
Pois bem, usando este fato como ponto de partida vou propor o seguinte trecho do Evangelho segundo São Matheus: “Jesus lhes disse: “Só em sua própria terra e em sua própria casa é que um profeta não tem honra”.
E assim foi com este homem. No seu tempo e na cidade de Leipzig, onde ele morava, Bach não era mais que um bom organista. Muito bom por sinal, mas não muito respeitado... porque além de ser levemente insubordinado tocava coisas "complicadas demais" que não agradavam as pessoas... E certamente não era o único bom organista da Alemanha, os olhos daquelas pessoas de então...
Seriam necessários mais de duzentos anos para que se lhe dessem o devido valor! Mas ah... claro. Bach é Bach! Dizemos com a boca cheia! Como se a nossa soberba fosse justa. Ah... não é nossa culpa se aquela gente era ignorante e não sabia dar valor a ele. E é bem verdade.
Mas vamos tirar um pouco os olhos do livro, dos sonhos... Vamos olhar para o lado.
O mundo não continua exatamente igual?
Se Bach morasse na sua rua você provavelmente passaria por ele sem notar. Se ele tocasse órgão na sua Igreja você o cumprimentaria como de costume e lhe daria o devido respeito como um excelente organista e respeitável membro da sua congregação. E só.
Mas se aparecer na TV alguém que toque tão bem (ou até menos que ele) mas tenha alguns Cds gravados e faça alguma coisa patéticamente exibicionista propositalmente preparada para arrancar palmas de um auditório, ah! Este sim!!! A este dariamos todos os nossos elogios! A ponto de pagar caro para assistir.
Mas Bach... bem... que importa?
Em primeiro lugar ele toca ali na Igreja se fosse grande coisa não estaria. Apesar de todos exaltarem a humildade como sendo uma virtude, quando o artista está fora daquela "aura" do ídolo há uma tendência a não lhe dar valor.
Por isso vamos encerrar simetricamente com outro trecho bíblico: "Não é ele o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria e seus irmãos Tiago e José, Simão e Judas? Suas irmãs não estão todas entre nós?" Mateus 13:55-56

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